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23/07/2012

Mulher que xingou menina por ela ser negra deve ser indiciada por injúria

Renata Evangelista - Do Portal HD

A mulher que invandiu uma escola particular de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e ofendeu uma menina de 4 anos por ela ser negra deve ser indiciada por injúria por preconceito de cor. Segundo o delegado Juarez Gomes, da 4ª delegacia de Contagem, o inquérito que investiga o caso deve ser concluído na terça-feira (24).
Nesta segunda-feira (23), o delegado começou a ouvir as testemunhas do caso. Durante a manhã, a mãe da vítima, a atendente de marketing Fátima Viana Souza, prestou depoimento. Em seguida foram ouvidas a professora que presenciou o crime e, por volta das 14h50, o delegado começou a recolher o depoimento da diretora da escola. Na sequência, a mulher que xingou a menina deve ser ouvida.
Conforme Juarez Gomes, a ofensora não deve ser indiciada por racismo pois as investigações, até o momento, não apontam indícios para este tipo de crime. "Há vários tipos especiais de racismo, mas o caso não se enquadra em nenhum deles", explicou. Segundo ele, seria considerado racismo se a escola se recusasse a aceitar a matrícula da menina, por exemplo, por ela negra. "Neste caso, uma mulher de fora entrou da escola e ofendeu o criança".
No último dia 7 de julho, a avó de um garoto não teria gostado de ver o neto dançando quadrilha com a menina de 4 anos, que era a noivinha da festa, por ela ser negra. Três dias depois, a mulher teria ido a escola e questionado porque os professores deixaram seu neto dançar com uma menina "negra e preta horrorosa e feia". A avó teria inclusive dito que ninguém queria dançar com a menina.
A professora Cristina Pereira Aragão, de 34 anos, que presenciou as ofensas, levou o caso a diretora da escola, que preferiu abafar o caso e não comunicar o ocorrido para as familiares da criança. Revoltada com a situação, a professora pediu demissão da instituição de ensino e procurou a mãe da menina para contar o que aconteceu.
O delegado Juarez Gomes informou que a diretora não deve ser indiciada em nenhum crime por ter omitido o caso da família e da polícia.

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